VIAGEM À NASCENTE DO RIO SÃO FRANCISCO
DIÁRIO DE VIAGEM À NASCENTE DO RIO SÃO FRANCISCO
Uma viagem, para quem gosta, tem 3 fases importantes: planejar, realizar, relembrar e contar.
Nas viagens a dois ou em grupo as pessoas revelam seus hábitos, costumes, vícios, manias e comportamentos, imortalizam ou acabam amizades, unem ou afastam outras pessoas, são um excelente exercício de convivência humana, onde se testam paciência, tolerância, caráter, respeito, solidariedade, compaixão e outras virtudes e defeitos da personalidade humana.
Nesse privilégio de poder viajar, conhecer pessoas e lugares, pela terceira vez fui à fantástica Serra da Canastra, desta vez na companhia de Ubiratan Viena e Rômulo Valença.
Abaixo o Plano de Viagem efetivamente realizado.
Objetivo da viagem
Visitar a nascente do Rio São Francisco, conhecer parte do Parque Nacional da Serra da Canastra, a Cachoeira Casca D’Anta – por cima e por baixo –, visitar os produtores de queijo, conhecer as fazendas e o processo de fabricação do queijo Canastra. Dar um rápido passeio por uma parte histórica de Minas Gerais (Tiradentes e Ouro Preto) e por Belo Horizonte (Mercado Central, botecos e Xapuri).
Período da viagem
31 de agosto – terça, a 07 de setembro – terça; 8 dias e 7 noites.
Meios de transporte
Avião: YFP9WC – Ida: 31/08/21 – 12h25 – Volta: 07/09/21 – 16h30 – Salvador/Confins/Salvador (1h35min de voo).
Carro: Localiza – Reserva 8C9CG6R4V6A – Grupo GX – 31/08 a 07/09. Confins / Belo Horizonte / São Roque de Minas / Tiradentes / Ouro Preto / Belo Horizonte / Lagoa Santa / Confins.
Jeep Renegade Longitude, retirado às 14h37 do dia 31/08 e devolvido as 14h34 do dia 07/09, após percorrer 1.431 km.
O custo total da locação foi de R$ 1.334,29, dividido por 3, com seguro total, condutor adicional e diárias. Para esse trajeto, carro alto e robusto é fundamental.
De gasolina gastamos R$ 1.025,31. Pagamos de combustível o valor de R$ 0,72 por km rodado, com a carro fazendo uma média de 7 km por litro.
Roteiro de Ida – Trecho 1
31/08/21 – terça-feira: Aeroporto de Salvador / Aeroporto de Confins / Betim / Mateus Leme / Itaúna / Divinópolis / Formiga / Piumhi – São Roque de Minas.
Saímos do Aeroporto às 15h e chegamos em São Roque de Minas às 21h, passando por dentro de Belo Horizonte e parando para almoçar no Mercado Central.
01 /09 – quarta-feira: Ficamos em São Roque de Minas e fizemos:
Visita com degustação à Fazenda e Queijaria Roça da Cidade (37 98831.1250) de João Carlos Leite; à Fazenda e Queijaria Capim Canastra; à APROCAN – Associação do Produtores do Queijo Canastra; à Queijaria e Fazenda Roça do Nego, onde, além de almoçarmos, eu fiz uma trilha e tomei banho de cachoeira. Muitas fazendas e queijarias estavam fechadas para visitação em função da pandemia.
Dia 02/09 – quinta-feira: Pela manhã subimos para visitar a nascente do Rio São Francisco, pela portaria 1. Depois fizemos o curral de pedra e a cachoeira Casca D’Anta, por cima.
À tarde, enquanto os companheiros de viagem ficaram no hotel descansando, eu fiz a Cachoeira Casca D’Anta por baixo, com visita à cidade de Vargem Bonita e fazendas de café.
Dia 03/09 – sexta-feira: Passamos o dia na Fazenda do Nego e à tarde tentamos visitar a Fazenda e Queijaria de Miguel (31. 99524-1139) mas não conseguimos. A Cachoeira do Nego tem uma queda d’água de 92 metros, com uma agradável e fria piscina natural em sua base. Em toda a região são mais de duzentas cachoeiras. A Fazenda de Miguel Marcelio de Faria, família tradicional de São Roque, chama-se Santiago Monjolo e, a exemplo de todos que têm excelência, o queijo de Miguel é o mais falsificado pela canalha dos mercados clandestinos.
Todos os dias almoçamos e jantamos nos restaurantes da cidade como Velho Chico, Zagaia, Recanto da Serra, Skina de Minas, Dona Inês.
Por opção da maioria do grupo, as trilhas e cachoeiras foram retiradas da programação.
São Roque de Minas, desde a última vez que estive lá, experimentou um grande crescimento do número de pousadas e restaurantes, porém todos simples e caseiros. A cidade cresce como polo de turismo, indústria de queijo, mas no padrão nacional de administração pública: precário.
De todas as vezes em que eu fui, esta foi a que vi o Parque Nacional em pior situação de controle, cuidados e preservação.
A situação precária das estradas, o efeito prolongado da seca, o excesso de poeira e queimadas tornam tudo desagradável e, às vezes, até ruim para a saúde de quem tem problemas de respiração.
Por decisão da maioria do grupo deixamos de ir também à Fazenda/Restaurante Garça Branca, onde servem as tilápias que criam.
A profissionalização dos fazendeiros para a produção de queijos é motivo de comemoração, porém a seca provoca a escassez de capim nativo, e o uso de feno, ração e outras fontes de alimentação do gado tira a característica básica do queijo.
Ficamos na Pousada Barcelos (37 98848-0014), que atende muito bem e continua sendo uma das referências regionais. A arquitetura colonial e histórica das casas da zona rural continua uma atração à parte.
Crítica está a situação dos cafeicultores, pois, além das fortes geadas de junho, sofrem também os efeitos da prolongada seca na produção e até na morte de plantas.
O potencial econômico da região é inestimável, especialmente no turismo, no comércio, na agricultura e pecuária, porém tudo corre risco, em função da exploração inadequada dos recursos naturais, do amadorismo e da desorganização.
Roteiro de Volta – trecho 2
Dia 04/09 – Sábado: São Roque de Minas / Piumhi / Capitólio / Formiga / Campo Belo / Lavras / Itutinga / São João D’El Rey / Tiradentes.
Saímos de São Roque às 8h30 e às 15h chegamos em Tiradentes com uma parada para almoço no caminho e compras em São João D’El Rey de peças de estanho na Faemam.
Em Tiradentes nos hospedamos na aconchegante Pousada Solar Imperial, com sua incrível e educadíssima equipe de recepção, camareiras, cozinheiras (31 98854-2118).
Jantamos no excelente Restaurante Tragaluz. A turma enfiou o pé na jaca em um happy-hour/jantar que começou às 17h e terminou às 21h – (32 99968-4837).
A cidade estava cheia turistas e isso nos limitou a vontade de circular pela cidade.
Roteiro de Volta – trecho 3
Dia 05/09 – Domingo: Tiradentes / Barbacena / Conselheiro Lafaiete / Ouro Branco / Ouro Preto.
Em Ouro Preto nos hospedamos no Hotel Pousada Arcanjo de muito bom atendimento, conforto e distância do centro suprida por um atenciosa sistema de transfer.
Jantamos no bom Bené da Flauta. Nosso amigo Bira não saiu do Hotel desde a chegada e eu e Rômulo andamos pela cidade, cheia de turista.
A cidade estava feia, suja, com manutenção precária.
Tanto em Ouro Preto como em São João D’El Rey, observei, com pesar e tristeza o crescimento desorganizado, favelização, ausência de poder público, administração pública, planejamento urbano. Tiradentes ainda está “segurando a onda”, mas é exceção. A secura do período, os estúpidos e criminosos incêndios, fumaça e poeira torna tudo mais desagradável.
Roteiro de Volta – trecho 4
Dia 06/09 – Segunda-feira: Ouro Preto / Itabirito / Belo Horizonte.
Chegamos em Belo Horizonte e fomos direto ao Shopping consertar meu celular que havia quebrado. Depois fomos almoçar no bom Restaurante Xapurí. Meus amigos sexagenários ficaram no Hotel Mercury e eu na casa do meu irmão Jehu e de minha Mãe Olga. Os velhinhos ficaram no Hotel e à noite eu e Jehu fizemos uma turnê pelos Botecos de BH.
Roteiro de Volta – trecho 5
Dia 07/09 – Terça-feira: Belo Horizonte / Confins / Salvador. Fomos ao Mercado Central, depois fomos encontrar Miguel do Queijo em Latia Santa, almoçar no Flamboyant também em Lagoa Santa, devolver o carro e voltar para Salvador pela Azul. Tudo certinho. Fomos e voltamos em paz. Histórias para contar e coisas boas para lembrar.