Um Falso Dilema

Na minha infância e adolescência, vivida na região do cacau da Bahia, aprendi com meus avós, pais, tios e amigos fazendeiros que o segredo da fartura, da abundância e da produtividade estava no respeito e harmonia com a Natureza.

Os planejamentos e decisões obedeciam às regras das estações do ano, aos ciclos da lua, aos períodos de seca e estiagem, quase sempre previsíveis.

Foi já na Universidade que comecei a saber da Amazônia, das expansões agrícolas e rurais sobre o cerrado, a mata atlântica e a caatinga. A defesa da Amazônia já era uma pauta da minha jovem geração, na década de 70 e 80, uma questão insolúvel desde então e que só tem se agravado. Tudo só piorou.

O respeito à Natureza e às suas regras não é questão desconhecida para os verdadeiros homens e mulheres do campo, agricultores e criadores.

Quem verdadeiramente conhece e entende de agronegócio, de agropecuária, de lavoura e culturas agrícolas, qualquer tipo de agricultura e criação sabe que a sua parceria prioritária e indissociável é com a Natureza, a terra, a água, o sol, a chuva, as abelhas e as minhocas.

Politizar esse debate pelo viés partidário, ideológico e religioso é interesse das pessoas de má-fé, ignorantes, de interesses escusos, de ganância e usura, de visão de curto prazo, imediatismo e descompromisso com o futuro.

Não há incompatibilidade e conflito real entre a exploração da terra e preservação às matas, recuperação e preservação das nascentes, água limpa e terra fértil com a viabilidade econômica e financeira dos negócios rurais.

Os bons, os sérios, os mais avançados e sustentáveis, os mais inteligentes e os que entendem de fato de agricultura precisam romper mais esse debate sectário, intolerante e raivoso, acabar com esse falso dilema.

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