SOU FILHO DA LIBERDADE
SOU FILHO DA LIBERDADE
SOU FILHO DA LIBERDADE
Nasci e me criei na roça, na praia, nas cidades, com todas as suas características, em uma família de homens e mulheres livres. Assim fomos criados. No meu berço cabiam todas as raças e todas as crenças, e assim eu aprendi que Liberdade e Independência são uma eterna construção.
Acredito e respeito as energias. Ontem eu vi o que nós baianos chamamos de “Patuá”, uma peça que significa Fé para os que a têm e nela acreditam.
Para nós, sincretismo religioso é um fenômeno que ocorre quando diferentes tradições religiosas são combinados em uma única prática, crença e convivência em determinados lugares. É difícil dizer a origem exata do sincretismo religioso pois ele ocorre em muitas culturas, em diferentes épocas, ao longo da história da humanidade.
Na minha casa todos nós sabíamos e sabemos o que é sincretismo religioso, com católicos, espíritas, gente do candomblé e ateu com fé em Deus convivendo em harmonia. Todos respeitando todos em suas escolhas e crenças.
Tinha os que gostavam e usavam patuás, amuletos de pessoas ligadas ao candomblé e também de pessoas que não eram do candomblé mas neles acreditavam e respeitavam. Eram feitos de pequenos pedaços de tecidos na cor correspondente ao orixá e com seu nome bordado. Às vezes, contendo um preparado de ervas e substâncias atribuídas a cada um deles devidamente trabalhados.
As Imagens, geralmente artes dos santeiros, são parte disso tudo, de um povo livre para ser quem quer ser, como eu sou.
CANTO DE OSSANHA
Coitado do homem que cai no canto de Ossanha traidor. Coitado do homem que vai atrás de mandinga de amor.
Vai, vai, vai, não vou que eu não sou ninguém de ir em conversa de esquecer a tristeza de um amor, que passou.
Amigo sinhô Saravá, Xangô me mandou lhe dizer, se é canto de Ossanha, não vá, que muito vai se arrepender. Pergunte pr’o seu Orixá, o amor só é bom se doer, pergunte pr’o seu Orixá, o amor só é bom se doer.
Vai vai vai vai, dizer, que
eu não sou ninguém de ir em conversa de esquecer a tristeza de um amor que passou. Não eu só vou se for pra vee, uma estrela aparecer, na manhã de um novo amor.