SERES AUTORITÁRIOS

SERES AUTORITÁRIOS

SERES AUTORITÁRIOS

A minha humana normalidade me revela as mais imperfeitas características de um aprendiz de Ser humano.

Observando com atenção o que me faz mal ou bem, o que me agrada ou desagrada, tenho notado que os debates mais tensos em que me envolvo ocorrem quando o meu lado autoritário encontra e enfrenta os lados autoritários de outras pessoas.

Adoro a sensatez, o equilíbrio, observar as coisas difíceis serem colocadas de forma simples, ver o complexo ser simplificado, sentir nos diálogos os efeitos da gentileza, da educação civilizada. É bom aprender a falar com quem sabe expor seus pontos de vista sem desqualificar os interlocutores, sem agressividade.

O que mais me incomoda no comportamento e atitude das pessoas eu não devo repetir, sob pena de eu ser para mim mesmo uma fonte de desconforto, de mal estar.

Nas minhas funções diretivas, executivas e gerenciais demonstrei sem dificuldades o meu lado democrático, tolerante e respeitador, um educativo exercício, mas é no autoritarismo que existe em cada um de nós que residem as grandes fontes de atritos e desavenças.

Não me orgulho do meu lado bruto, deselegante e grosseiro, muito menos admiro essas características no comportamento de outras pessoas. A elegância, no seu sentido mais amplo, é admirável, fantástica, bonita de se ver e ser.

Quem está disposto a refletir, pensar nisso e mudar atitudes e comportamentos?

Quem se propõe a ver que a crítica ao autoritarismo alheio é feita exatamente pelo Ser autoritário que existe em cada um de nós?

Não sou santo e não faço curso de anjo, mas quando busco mudar para melhor, no meu ponto de vista, faz com que me sinta melhor, e isso me agrada, me faz bem, é o que quero.

Aprender com meus próprios erros é um exercício que queria ter começado a fazer com igual cuidado na década de 80, embora entenda que não sou caso perdido.

Essa compressão do meu autoritarismo me faz dar mais atenção e ter mais cuidado com meus amigos autoritários, com os arrogantes, com os prepotentes, com os meus conhecidos, com as pessoas que sei quem são, com os desconhecidos, com os que se autodenominam de personalidade forte, de convicções sólidas, ideológicos, radicais.

Todos, em comum, têm as suas pautas prioritárias, os assuntos que lhes importam, mas o grande erro é querer impor aos outros suas opiniões, prioridades e valores.

Muitos não querem interlocutores, apenas atentos ouvintes, mas quem tem independência intelectual, mental e existencial não embarca nessas viagens dos problemas alheios.

Não se constrói consenso com ditadores, com autoritários e arbitrários. Daí a importância de estar atento a esse lado que detestamos nos outros, mas que também existe em cada um de nós.

Para além do meu tempo e formação, surgem na atualidade perigosos jogos de montagens de realidades, desvirtuação da verdade e revisões da história, questões sérias e complicadoras.

Os Autoritários se caracterizam por quererem obediência absoluta e cega aos seus pontos de vista, não admitirem oposição às suas opiniões, não respeitarem a liberdade individual das outras pessoas de pensarem diferente e serem diferentes.

Mais que nunca é bom estar atento ao que se fala, lê, ouve, aos interlocutores e aos canais de comunicação.

Quem não gosta de Ditaduras não gosta de Autoritários, isso é coerente. Não se deve confundir Seres Autoritários com pessoas investidas de Autoridade, como não se deve transferir responsabilidades.

Antônio Carlos Aquino de Oliveira

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