SEM A SEGURANÇA DAS CERTEZAS

SEM A SEGURANÇA DAS CERTEZAS

“Somos assim: sonhamos o voo mas tememos a altura. Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o voo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso o que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.” (Rubem Alves)

Depois de ler o texto de Becky S. Korich, parei para pensar como tem sido administrado o meu tempo, e me lembrei da reflexão de Rubem Alves. Não sei onde, porque e como comecei a abandonar as expectativas. Não quero achar que foram as decepções, não é uma nobre base para tamanha mudança. Não faço o que quero, desejo, posso e devo só por fazer, mas tenho feito o exercício de não esperar o esperado que normalmente se espera. Fiz um pacto com o divino destino: tinha que ser, foi, será. Mas, diferente de tudo que adia e posterga, ajo como nunca. Escrevo, falo, planejo e executo como nunca, sem expectativas, mas com a maravilhosa sensação de que estou fazendo, de movimento, de planos e sonhos, sem a segurança das certezas. A única certeza é que um dia tudo vai parar, acabar, mas até lá, até onde tiver que ser, serei, irei, estarei, sem expectativas.

Antônio Carlos Aquino de Oliveira

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