Se nossa vida fosse um livro, o nosso último suspiro, a quem o dedicaríamos?

Por Antonio Carlos Aquino de Oliveira

Quem de nós se lembrará até o próximo verão depois que passarmos?

Não nos sai da cabeça a eterna pergunta: O que é a vida, o que significa viver, qual a razão da nossa existência, o que fazer com o presente da vida e com a vida no presente?

Assim, a magia da vida está em nossa total e absoluta incapacidade de entendê-la e explicá-la, no desafio breve de vivê-la.

Creio que já se passaram nove anos desde que estive em companhia de meu irmão Alcir, no Deserto do Atacama – Chile e no Salar do Uyuni – Bolívia, um deserto de Sal.

Salar Yuini – Fotos: Divulgação

Guardo fotos, lembranças que transformo em histórias e assuntos em bate-papos. A certeza da finitude, das estradas percorridas às quais não se voltará, o tempo que nos resta para novas viagens acelera nossos corações, mexem com nossos pés e sapatos, colocam foco em nossas malas e mochilas, estimula-nos a olhar prazos de validade dos documentos como aos nossos próprios prazos de validade.

Viajar por lugares desconhecidos é mais que uma imersão no conhecimento profundo, real e verdadeiro das coisas da vida e na magia do universo, é estar concentrado na cena, no livro, no filme da existência.

Salar de Uyuni, nos Andes, sudoeste da Bolívia, é o maior deserto de sal do mundo. Trata-se do legado de um lago pré-histórico que secou, deixando uma paisagem desértica de quase 11.000 km² com sal branco e claro, formações rochosas e ilhas repletas de cactos. Seu tamanho, impressionante, pode ser observado da Ilha Incahuasi Central. A vida é selvagem nesse ecossistema único, raro, inacreditável. Cactos crescem 1 cm ao ano.

Cactos de 900 anos, 1.000 anos estão lá para serem vistos, tocados com a magia da natureza

Como barco navegando no mar, no Salar, de longe avistamos “ilhas”, das quais nos aproximamos até chegar ou nos distanciamos até sumir, como no mar.

O salar é coberto por alguns metros de uma crosta de sal, que tem um nivelamento extraordinário com as variações de altitude média de menos de um metro ao longo de toda a área do Salar. A crosta serve como uma fonte de sal de cobre e de uma piscina de salmoura, que é extremamente rica em lítio. Ele contém de 50 a 70% das reservas mundiais de lítio, recurso que está no processo de ser extraído.

Blocos de Sal extraídos para usar na construção de casas

A área grande, o céu claro e o nivelamento excepcional da superfície fazem do Salar um objeto ideal para calibrar os altímetros de satélites de observação da Terra. O Salar serve como a principal via de transporte em todo o Altiplano boliviano e é um importante terreno fértil para várias espécies de flamingos cor de rosa.

A região também uma zona de transição climatológica entre as imponentes nuvens tropicais Cumulus Congestus e Cumulosnimbos (formato de uma bigorna) que se formam na parte oriental na planície de sal durante o verão e não podem permear além de suas bordas ocidentais mais secas, perto da fronteira com o Chile e o deserto de Atacama.

 

 

 

 

 

Antonio Carlos Aquino de Oliveira

Administrador – Consultor – Empresário

aquino@muralpublicidade.com.br

 

 

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