RESSIGNIFICAR A VIDA

RESSIGNIFICAR A VIDA

RESSIGNIFICAR A VIDA

RESSIGNIFICAR A VIDA É DAR A ELA UMA DIGNIDADE QUE JAMAIS EXPERIMENTAMOS.

O tempo passa e leva consigo tanta coisa que a ressignificação da vida se torna imperativa.

Às vezes a porrada que a vida nos dá é tão forte e intensa que a gente perde o rumo e o prumo. Além da queda, o coice. A queda é tão grande que apenas resta bagaço, lama, direção perdida. Mas a vida insiste em ficar, nós nela e ela em nós. Sabemos que um dia ela vai nos abandonar, mas será recíproca a condição.

Penso muito em ressignificação, em me adaptar ao meu novo tempo e condições, à minha nova situação que muda a cada dia, de um jeito ou de outro. Não somos hoje quem fomos ontem, não deveríamos.

Temos sim que ressignificar a vida a cada dia, todos os dias, sem medo dos traumas e das dores, mas com o imenso compromisso e responsabilidade de torná-la muito melhor – o máximo possível – até como forma de respeito aos nossos antepassados e a nós mesmos, à nossa história.

Não é pouca coisa o que fizemos e passamos, não é com pouca coisa que podemos e devemos nos contentar. Só podemos adiar o que não tem condição nenhuma de ser feito.

Nada que nos prende e segura nos serve, exceto o que vem do coração e da gratidão.

O tempo passa e nos dá uma única saída: seguir em frente. Precisamos ser melhores e fazer o melhor, não só por merecimento, mas por respeito ao que fomos, ao que tivemos e temos, ao que passamos e ao que aprendemos.

Não crescemos para sermos menores, não andamos para retroceder. Queremos os melhores amigos, os melhores vinhos, os livros que nos seguram nas letras, as músicas que nos fazem bem aos ouvidos e ao coração, os filmes que nos fazem pensar, sorrir ou chorar, as comidas que fazem o tempo parar, as prosas que nos fazem melhores. Não nos cabe mais o qualquer. Só as dores inevitáveis nos podem atingir, pois já vivemos todas as dores.

Se vamos renascer precisa ser na lógica da evolução, da mudança para melhor. Depressão é doença, mas medo e tristeza são emoções naturais que podemos usar a nosso favor. Não existe desafio mais saudável do que vencer a preguiça, superar as barreiras invisíveis do ego traidor, resgatar o humor e a sinceridade submetida.

Se a ninguém queremos machucar, por ninguém aceitaremos ser machucados. Não merecemos, não queremos. Se merecemos, pagamos e aprendemos.

Sumiremos dos sumidos, dos ausentes e dos esquecidos, seremos presença e presentes para os que são, estão, merecem estar.

O tempo é um guindaste que nos tira o peso, desde que sejamos capazes de entender a equação, resolver o enigma: a vida é única e passageira – sendo única é intransferível, sendo passageira não volta. Não há segunda chance!

Antônio Carlos Aquino de Oliveira