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Os Escândalos do Escândalo! – Por Antônio Carlos Aquino de Oliveira

Estamos em 2020, era das mais altas tecnologias, da inteligência artificial, do mundo digital online e em tempo real. Nesses tempos de imensas disponibilidades de recursos e equipamentos, de softwares e hardwares para as Administrações Públicas, é um escândalo que as verbas públicas continuem sendo desviadas e roubadas como eram século XIX ou XX.

Ė mais que imoral, é inaceitável que os órgãos de controle e administração das três esferas de poder permitam os fatos que cotidianamente agridem os contribuintes brasileiros e dão à Polícia Federal protagonismo absurdo no contexto dos governos. Mais que prender ladrão, o mais importante é impedir os roubos.

A opção política dos últimos anos de não modernizar a máquina pública, de manter uma engrenagem tão frágil e ultrapassada não pode ser considerada normal. Não é aceitável, compreensível, nem justificável a predominância da burocracia arcaica que estimula os desvios, achaques e extorsões. É imoral, um estímulo ao crime.

Os autores do livro Crime.Gov chamam de crime institucionalizado a estrutura pública atual, já não invisível e desconhecida, instalada no aparelho do estado boicotando todas as iniciativas de organização, modernização e reformas.

Nesse contexto imoral e trágico, onde os poderes legislativo, executivo e judiciário se confundem na culpa e (ir)responsabilidade, existe quem tenha o desplante de dar conotação política, rótulo ideológico ao crime e ao roubo de dinheiro púbico. O banditismo não tem lado.

No front das resistências às mudanças destacam-se alguns grupamentos políticos, a exemplo do famigerado “Centrão”, que desde a década de 80 reúne muitos saqueadores do país, amparados pelos privilégios dos mandatos e poder. Chamar o “Centrão” de ponto de equilíbrio entre a direita e a esquerda, como se político e ideológico fosse, é um terrível erro, induzido pela mídia e estimulado pelos políticos. Trata-se, na sua maioria, de um grupo de marginais com mandatos, organizações criminosas travestidas de legendas partidárias. Não existe bandido de direita, esquerda ou centro, bandido é bandido. Não se pode confundir.

Política é solução para os grandes problemas coletivos da sociedade, já a corrupção nas relações públicas e privadas é um câncer que as autoridades, governantes e políticos se recusam a enfrentar com mudanças estruturais, atacar as causas. A criminalização da política por parte da sociedade decorre da hegemonia que o crime está exercendo dentro da política, daí a urgência para mudar essa terrível e assustadora realidade. Urge resgatar o respeito à ciência política, à sua essência como meio de equilíbrio entre os povos e suas relações.

Com as ferramentas, técnicas gerenciais e administrativas atualmente disponíveis, permitir que dinheiro púbico continue sendo desviado é um escândalo dentro dos escândalos.

Antônio Carlos Aquino de Oliveira, Colunista, Falando Sério

 

 

 

 

Antônio Carlos Aquino de Oliveira

Administrador, Consultor, Palestrante e Empresário do setor de publicidade

aquino@muralpublicidade.com.br

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