O que fazer com os Marajás nesse momento crítico? – Por Antônio Carlos Aquino de Oliveira

O termo “Marajá” foi desmoralizado por um dos muitos estelionatários políticos que passaram pelo Brasil republicano, mas a abordagem que quero fazer nesse artigo é outra. Por dever de ofício quero oferecer meu apreço aos bons e melhores funcionários públicos que realmente dignificam a profissão e mantém o estado funcionando, mesmo com a realidade caótica da máquina.

Ao longo da construção da história do Brasil, advogando e decidindo em causa própria, em detrimento da maioria da sociedade e também da maioria dos seus colegas, uma minoria imoral do funcionalismo público – os poderosos – construíram para si e os seus uma série de privilégios. Profissionalizaram a política, tornaram os cargos vitalícios, criaram grupos poderosos de influência.

De tempos e tempos essas imoralidades são postas à luz do sol, expostas aos tribunais populares da cidadania para que não sejam esquecidas as barbaridades que alguns empregados do povo são capazes de fazer em defesa dos seus interesses, sem tocar nos aspectos extras de propinas e corrupção, de ineficiência e leniência. As corporações do mal.

Eis que uma pandemia planetária obriga as empresas a demitir, reduzir salários, cortar benefícios. A arrecadação da máquina pública em todo mundo terá um abalo incalculável e inimaginável, mas, os Marajás do dinheiro público se manterão intocados e preservados até quando os Tesouros suportarem.

O mundo parou, não há dúvidas, até para os estúpidos negacionistas, as recessões e estagnações econômicas serão realidades, e, mesmo assim, os Marajás permanecerão com seus privilégios garantidos?

Recolhidos em casa em distanciamento social, debater um novo Brasil pode e deve ser uma tarefa de cada cidadão-eleitor-contribuinte. Nessas reflexões é preciso pensar o Estado brasileiro e sua estrutura, mais que isso, é um dever. Pensar, com calma e responsabilidade, sobre o que é feito com o dinheiro dos nossos impostos e taxas é obrigação de quem está em casa de quarentena.

Diferentemente de todas as oportunidades anteriores, desta vez precisa ser para valer.  Não é mais aceitável que para todos os brasileiros haja teto de aposentadoria pública e os Marajás mantenham privilégios de aposentar-se com seus vencimentos e regalias normais e atuais, em prejuízo, custo e desfavor de todos.

Nesse momento, em que todos se sacrificarão, que parcela de sacrifício caberá aos Marajás?  Que nosso medo da morte nos dê coragem para lutar, debater e construir um novo país.

 

 

 

 

Antônio Carlos Aquino de Oliveira

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