O Prestígio dos Patetas – Por Antônio Carlos Aquino de Oliveira

Nas escolas das nossas casas, meritocracia não era uma ciência, era uma prática que virava valores. Não havia espaço para vagabundo e vagabundagem. Todos tinham que contribuir de alguma forma com o coletivo. Preguiçosos eram hostilizados, discriminados ostensivamente, o que hoje os modernos chamam de bullying. Mérito era obrigação, fazer as tarefas determinadas, andar na linha, respeitar limites e cumprir deveres, sem essa de premiação, reconhecimento ou troca. Ser honesto não era virtude, era dever e obrigação.

Na Escola de Administração e Economia estudamos mérito e reconhecimento sob um olhar técnico e cientifico, mais benevolente e generoso, de prestígios e privilégios com metas e objetivos qualificáveis e quantificáveis.

Pois bem, à luz das versões descritas acima, vou fazer duas considerações sobre uma dúvida que sempre tenho: De onde vem o prestígio dos idiotas, dos incompetentes, dos imbecis e patetas? Quem de sã consciência contrata um incompetente e inabilitado para cuidar de sua saúde, seu patrimônio, sua empresa e negócios, sua casa ou carro?

Na inciativa privada, são as sucessões nas empresas familiares o maior fator de falências, fontes inesgotáveis de dores de cabeça. A “sucessão forçada por sangue e herança”, por parentesco ou amizade, em detrimento do mérito, do preparo, da qualificação, da competência é um grave erro. Nos negócios ser o “filho do papai” não é necessariamente sinônimo de inteligência empresarial e sábia decisão.

Na Administração Pública o assunto é muito mais sério, complexo e de graves consequências.  É proposital a não regulamentação de todas as carreiras de Estado, a não atualização de sistemas e modelos, a proliferação e manutenção dos “cargos de confiança” (de quem?) e o arcaísmo nas estruturas. Então, o prestígio da maioria dos patetas e ignorantes que ocupam cargos de confiança na administração pública vem das suas capacidades de servir sem ética, obedecer sem regras, seguir sem censura aos seus tutores, chefes, donos de suas almas e cérebros. Muitos são escolhidos e nomeados exatamente por serem desprovidos de caráter e dignidade pessoal. Mas, nessa tragédia quem paga a conta é a sociedade e isso é péssimo para o país, um prejuízo incalculável, continuado e sistêmico.

A desmoralização total e absoluta das instituições da república é um gravíssimo precedente, insistentemente continuado, mas altamente representativo do “prestígio dos patetas” junto aos donos do poder, pois é através dos “meninos de recados” que os mal-intencionados exercem e se perpetuam no poder na área pública, mas destroem qualquer patrimônio na área privada.

Antônio Carlos Aquino de Oliveira, Colunista, Falando Sério

 

 

 

 

Antônio Carlos Aquino de Oliveira

Administrador, Consultor, Palestrante e Empresário do setor de publicidade

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