O CÉU E INFERNO QUE CADA UM CONSTRÓI
O CÉU E O INFERNO QUE CADA UM CONSTRÓI
Carlos Aquino, que tipo de escritor você se considera e qual a sua linha literária?
Meu amigo Pedro.
Não há humildade exagerada em lhe dizer que não sou e não tenho a pretensão de ser um “escritor”. Sei o que significa o termo e a profissão, daí meu senso de realidade. Algumas vezes meu ego e vaidade quase me matam e levam à falência. Estou vacinado para algumas carências humanas. Adoro liberdade e independência.
Escrevo por impulso e insight, por emoções e sentimentos. Não filtro. Vicente Amaral revisa e me dá broncas nos exageros de devaneios. Alcir, meu irmão mais velho, é parceiro e crítico feroz. É a única pessoa de quem publico textos e crônicas no Blog “Viagens com Aquino”.
Escrevo muitas vezes por estar só e não ter para quem falar e de quem ouvir. Tenho amigos que quando estamos juntos conversamos o tempo todo, sobre tudo, não falta assunto nem existe pausa para formular perguntas ou preparar respostas. Adoro conversas sinceras com pessoas honestas e leais. Nessas horas não escrevo, mas registro pontos de vista que depois desenvolvo, resumo.
Esse texto que Marcelo Praddo narrou e Patrícia Simplício fez a arte é um exemplo da forma que escrevo. A partir das opiniões das pessoas conhecidas, à luz do meu entendimento, ponho no papel. Sou um tradutor do óbvio que, às vezes, passa despercebido por alguns.
Outra razão de escrever é deixar herança, legado aos meus e para os meus. Tenho duas filhas, oito sobrinhos, três sobrinhos netos, três afilhados. Não tenho acesso a eles para bons diálogos, para repassar minhas experiências e conhecimentos. Daí a razão de deixar registrado meus pensamentos, para que um dia, quem sabe, seja útil a eles. Alguns poucos e raros amigos leem o que escrevo e abrem saudáveis debates. Nesses momentos aprendemos. Isso me basta e satisfaz…