NADA SATISFAZIA, NADA BASTAVA
NADA SATISFAZIA, NADA BASTAVA
NADA SATISFAZIA, NADA BASTAVA
Havia o desejo, a vontade, a motivação inicial, mas nada satisfazia, nada bastava.
Os sonhos eram realizados, as metas batidas, os objetivos alcançados, mas nada bastava, nada satisfazia.
Havia aceitação, reverência, like’s, visualizações, seguidores, a pose, o status, o poder, tudo era exemplo e referência, mas nada satisfazia, nada bastava.
O tempo não dava, a ansiedade não cessava, a dor não passava, a ordem e o equilíbrio jamais chegavam, nada satisfazia, nada bastava.
Tudo sucesso, aparências, notas, elogios, opiniões, modas e vitrines de fora, caíam no vazio interior, pois nada satisfazia, nada bastava.
Assim, na ânsia de encontrar no exterior o que apenas dentro de si mora, cavou, cavou, cavou.
Procurou com determinação, força, coragem e trabalho incessante, cavou, cavou, não encontrou.
Um dia, após tanto e por tanto tempo cavar, olhou para trás, para cima, e percebeu o tamanho do buraco. O tempo mostrou o que passou. Obra pronta, acabada. Toda uma vida, o buraco, longa, penosa e profundamente cavado, agora escuro e vazio, que lhe servirá de destino final, túmulo de sonhos tributo à vida perdida.
Para o universo e suas leis não existe certo e errado, mas escolhas. Todos os caminhos levam a algum lugar, ali ou acolá. Todos os caminhos têm seus custos e seus benefícios. Alguns levam a encontros que bastam e satisfazem, outros, aonde nada bastará ou satisfará a ansiedade e a angústia sem fim.
Antônio Carlos Aquino de Oliveira.