FRAGMENTOS DE REFLEXÕES – V
FRAGMENTOS DE REFLEXÕES – V
SETE PEDRAS NAS MÃOS
Quando uma pergunta normal era respondida de forma ríspida ou grosseira lá em casa, minha Mãe costumava repreender e avisar: “Não admito que por qualquer razão vocês saltem com sete pedras nas mãos”.
Aprendemos. Lá em casa, diálogos aconteciam no tom da importância do assunto, com a seriedade que o tema requeria, com o respeito necessário para a conversa ter os resultados desejados. Quando era necessário, “o pau quebrava”, mas não quebrava à toa e sem razão de ser. Nada de engolir desaforos injustos e imerecidos, mas também nada de agredir sem razões e motivos.
Tenho notado, com explícito desconforto, que nas relações atuais tem sido normalizado e banalizado que qualquer pergunta seja respondida “com sete pedras nas mãos.”
Normal para quem? Por que normal? Tais reações são sintomáticas, autoexpectativas de desequilíbrios reais do mundo atual. Que Mundo? Nós fazemos, de muitas formas o nosso mundo. As ações e reações demonstram o fim de relações, intolerâncias além dos limites, desequilíbrio e doenças. Que cada um se cuide, se trate e esteja atento a quem é, como está e como está tratando as pessoas.
Quero ser tratado como trato, respeitado como respeito, cuidado como cuido. Quero colher o que planto, receber o que dou, merecer o que tenho e recebo.
Não fazemos cursos de Santos e Anjos. Sete Pedras para quem é de Sete Pedras, flores a quem é de flores.
Dizemos que uma pessoa agiu com sete pedras nas mãos quando ela fala agressivamente, estupidamente, de forma hostil, desnecessariamente.
Sem merecer, ninguém é obrigado a aceitar agressões, e merecendo, há limites!
As reações são justas e necessárias quando as agressões são injustas e desnecessárias. Existe uma sutil e séria diferença entre uma vítima e um vitimista. Vale pensar a respeito do tema quando vira moda o vitimismo das minorias desvalidas de sangue, alma, instintos e valores.
Atirar pedras eram antigos processos e formas de defesa, de caça, de castigo e de guerra dos primitivos. Em comportamento a humanidade evoluiu?