EXPEDIÇÃO AO MONTE ACONCAGUA – CAPÍTULO III

EXPEDIÇÃO AO MONTE ACONCAGUA – CAPÍTULO III

Todas as vezes que nos propomos a visitar a Natureza, o que ela tem de mais puro, belo e sagrado, pedir licença e permissão é um ritual de respeito, como respeitoso deve ser o tratamento a ela. Mas, nada acontece, nada, se não formos capazes de nos permitir, respeitar a nós mesmos, de vencermos todas as dificuldades que a vida real e imaginária cria para nos impedir de realizar sonhos!

Qualquer coisa que não nos toca ou comove não nos diz nada, é apenas mais uma coisa. Há quem não veja razão para olhar para uma montanha, há quem olhe e veja apenas uma paisagem, mas tem quem as perceba como grandiosas obras da Natureza, nosso patrimônio maior, fonte de energia, parte de um grande ser vivo chamado Terra, fonte maior de todas as formas de vida, que merece mais que admiração, respeito!

07 de fevereiro de 2023

São 6h40, aqui em Mendoza.

Ontem andamos 10 km pelas praças da cidade, nos aclimatamos mais, acordamos o corpo e cuidamos de detalhes da viagem.

Com Alcir, Amir Klink, Aleixo Belov e outros desbravadores, aprendi que planejar a viagem com esmero e atenção é a sua primeira e mais importante etapa.

Ontem, cada um de nós gastou U$ 550 em aluguel e compra de equipamentos. Alguns eu até tinha, como lanterna de cabeça e lenços de proteção do rosto nas altitudes mais elevadas. Mas havia aqueles que é melhor não trazer e alugar, como saco de dormir, casaco de pena de ganso e outros que não estavam incluídos no pacote, como toalha de banho.

Além da altitude, o vento e a amplitude térmica – 38⁰ durante o dia e 5⁰ à noite – são desafios em que eu havia pensado pouco. O Sol daqui torna real a impressão de estarmos mais próximos do céu.

Hoje é nosso último dia aqui. Parte da equipe segue hoje para dormir em Portorillo. Nós os encontraremos amanhã e juntos seguiremos até Confluência e depois até Plaza Flanzia. Alguns irão até Plaza de Mulas e outros tentarão o cume.

Um dos Guias me perguntou porque não estava tentando o cume. Disse a ele que essa viagem era uma degustação e sala de aula para outras. Será?

Já conquistei tantas coisas boas em minha vida e tenho tanta gratidão por isso em meu coração que não me lembro das dificuldades que enfrentei e dos empecílhos que superei.

Ter a companhia de Orlando Marques, no seu mais puro estado natural, é outro grande privilégio. Aqui cada Um é mais Um que nunca, mas somos Nós como raramente somos, somos Todos Uns e Nós. Isso só encontros com a Natureza promove.

Saí da Bahia com dores no estômago e infecção intestinal. Sabia dos riscos. Trouxe remédios que não tomei. Ontem dormi mal e pouco, hoje dormi bem e muito. Andei, superei a ansiedade e o desagradável, mas necessário, dia de aeroportos, aviões e aglomeração de gente. No auge das dores na barriga, disse ao meu corpo: Peço a você a mesma permissão que pedirei a Mãe Natureza para ir até a Plaza Frazia – sem a sua benção, ninguém vai!

Vamos em frente!

 

Antônio Carlos Aquino de Oliveira

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