EXPEDIÇÃO 3 PICOS – CORDILHEIRA DO ESPINHAÇO – II

Expedição 3 maiores Picos da Serra do Espinhaço – Chapada Diamantina – Parte 2

Sábado, dia 02.03
Sairemos de Salvador direto para Rio de Contas passando por Amargosa, Maracás, pela Serra do Sincorá, entrando no clima da Chapada. Domingo, terça e quinta-feira descanso e passeios locais, segunda, quarta e sexta-feira faremos ascensões ao Picos.

Dia 03.03 – Domingo.
Passeio de relaxamento e recomposição de energias à Cachoeira da Lavra Velha, em Rio de Contas.

Pico das Almas – Ascensão e retorno, segunda-feira, 04/03/24. Cume com 1.958 metros de altitude.

Na terça-feira, dia 05/03/24 faremos um passeio visita ao Sítio Cachoeirinha. Muitas outras Cachoeiras não serão visitadas nessa expedição.

Uma das atrações naturais de Rio de Contas que não teremos tempo de ir e o Poço Verde.

Outra que não iremos dessa vez é a Cachoeira dos Cristais, assim como o “Caminho dos Escravos” e outras atrações locais.

Pico do BarbadoAscensão e retorno dia 06/03/24 – quarta-feira. O maior Pico do Nordeste brasileiro, com seus 2.033 metros de altitude.

Na quinta-feira, dia 07 de março vamos visitar Mato Grosso, originalmente Santo Antônio de Mato Grosso, por influência jesuíta é um povoado situado em Rio de Contas, cuja instalação remonta ao começo do século XVIII e hoje constitui-se em atração turística da cidade.

É chamado de Povoado Português, e como tal tornou-se atração turística, tanto por sua história e características preservadas quanto por ter ao longo dos séculos mantido a consanguinidade entre seus moradores, sobretudo aqueles da família Mafra.

Ali foi criada a primeira Freguesia do sertão baiano, no ano de 1710, com nome de Santo Antônio do Mato Grosso. No vilarejo, situado a cerca de dezoito quilômetros do centro histórico da cidade, foi erguida a Igreja de Santo Antônio, construção que sofreu muitas mutilações ao longo dos séculos, descaracterizando-a, sobretudo após um desabamento ocorrido na década de 1940. Sua construção, segundo a tradição local, decorreu do pagamento de uma promessa por um milagre ocorrido pela intercessão do santo.

Em 1987 foi levada a energia elétrica e com isto muitos dos costumes e tradições foram se perdendo ou sofrendo alterações, com a influência externa.

O povoado, com ruas ainda com calçamento de pedras preservado, está localizado na região sudoeste da Chapada Diamantina, a uma altitude de 1.500 m o ponto mais alto da Serra do Barbalho, possuindo em 2022 cerca de mil e duzentos habitantes.

A população mantém vivo o costume dos quintais e, sendo essencialmente formada por agricultores, neles efetuar o cultivo das hortaliças de consumo familiar, um dos costumes galegos, sendo grande produtora de tangerinas, tanto para a sede do município quanto para o vizinho Livramento do Brumado, e também na produção de café e flores, estas especialmente no período de inverno.

O costume local do casamento entre primos, mantendo assim os laços consanguíneos, perdurou como uma regra entre os moradores até tempos recentes, quando o maior intercâmbio veio alterando a tradição. A grande maioria é da família Mafra, mas há também os Freire, Oliveira e Silva.

Seus habitantes vieram de Portugal quando da descoberta do ouro no leito do rio Brumado, ou portugueses que estavam sobretudo em Minas Gerais na atividade do garimpo, no começo do século XVIII. Os colonos, assim, ocuparam o então chamado “Pouso dos Crioulos” habitado então por quilombolas onde hoje está a cidade de Rio de Contas e presume-se que a presença dos negros tenha reforçado o isolamento dos moradores em não “se misturarem”, embora esta suposição não tenha embasamento científico: de fato, os remanescentes de quilombos da cidade desde o fim da escravidão mantém boas relações com os moradores de Mato Grosso.

O sobrenome Mafra, segundo a pesquisadora Nereida Mafra quando de seu doutoramento em Portugal, não foi encontrado na localidade de Mafra qualquer ligação entre moradores de lá com a migração para aquela parte do sertão baiano. Ela, contudo, identificou nos fenótipos femininos ligações com a população galega: “estatura mediana, pele branca, cabelo e olhos claros”, além de outros pontos em comum, na arquitetura e linguística, como a substituição do “V” pelo “B” em palavras como “bassoura”, costumes e outros.

A existência de doenças congênitas é alta, em razão da consanguinidade, sendo comuns os casos de fibrose cística, anemia falciforme e de fenilcetonúria.

No mesmo dia que visitaremos o povoado do Mato Grosso visitaremos também o Povoado do Bananal, comunidade quilombola em Rio de Contas.

O povoado é uma das atrações turísticas da cidade, em passeios que incluem ainda a Ponte do Coronel, comunidade remanescente do quilombo de Barra do Brumado. A comunidade foi certificada como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares (FCP) em 12 de setembro de 2005 sob o processo de nº 01420.000054/1998-92.

É uma comunidade rural que traz nas suas tradições orais a informação de que não descendem de escravos, mas de negros livres, de tal forma que os seus moradores trazem isto como um diferencial em relação às outras pessoas: “A memória originária das pessoas parece sempre descrever um antes comum em que os antepassados “tiveram” de vir para aquele lugar, enquanto os outros continuaram “cativos” em outro lugar: «Lá, atrás da várzea, tinha os negros.”; “Do outro lado do rio tinha os cativos.”; “É, tinha os cativos, sim, mas aqui não, nunca teve cativo, não” levando a concluir que ali existe “a não submissão nem à condição de escravo, nem à ideia de escravidão”.

Suas atividades econômicas ainda permanecem voltadas à agricultura e pequena pecuária, embora a maior integração proporcionada com a modernização das comunicações leve as novas gerações a adquirir novos hábitos e meios de ver o mundo. O apego à terra, comum nos quilombos baianos, ali é bastante forte.

Em Bananal os resquícios do isolamento e consequente casamento consanguíneo entre seus habitantes ainda é perceptível.

Está situada próxima do povoado de Mato Grosso, com moradores descendentes de bandeirantes e alegadamente de origem lusa e branca, e a cerca de 2,5 km de distância do quilombo da Barra do Brumado, acessível por estradas vicinais de terra, sendo banhada por um riacho sem nome. Próximo a estas duas comunidades havia uma terceira, a Riacho das Pedras, que, de forma polêmica, foi inundada pelo Açude Brumado e teve seus moradores dispersos.

Em Bananal há uma casa de farinha comunitária. Na “Praça de Bananal” em 2007 estavam localizadas sete das vinte e três moradias que compunham a comunidade, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e ruínas de um templo mais antigo.

Pico de Itobira – Última ascensão, último dos três maiores Picos da Serra do Espinhaço no trecho da Chapada Diamantina na Bahia, com seus 1.970 metros de altitude. 08.03.24 – sexta-feira.

Sábado, após o café da manhã iniciaremos o retorno para Salvador por roteiro diferente do de ida. Dormiremos em Mucugê de sábado, dia 09, para domingo, dia 10. De Rio de Contas para Mucugê incluiremos Abaíra e Piatã no trajeto.

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