Eu, hoje, sigo sendo um homem à procura de si mesmo

EU, HOJE

Eu, hoje, sigo sendo um homem à procura de si mesmo

 

EU, HOJE

Uma das coisas que o tempo me ensinou foi a não brigar com o meu astral, com o meu humor de cada dia. Ontem, eu estava meio pra baixo, cansado, corpo dolorido, mas, com disciplina, fui à aula de Pilates. Fiquei melhor. À noite, após um bom filme, dormi tarde e bem.

Hoje, acordei disposto e fui tomar café na padaria, fiz uma reunião, trabalhei normalmente e, ao meio dia, nadei 600 metros no ritmo e capacidade de um adolescente de 66 anos. É preciso força de vontade. À tarde, trabalhei e tive uma reunião inesperada com velhos amigos. À noite, fui à aula de Yoga e tive o melhor desempenho físico desde que voltei à prática. A cabeça ainda está tumultuada e congestionada, mas o corpo começa a dar sinais de ferrugem escorrendo e cedendo espaços.

Fiz meu jantar exótico de omelete com queijo, tomate, azeitona e inhame, e quando ia começar a ler, resolvi escrever.

Nas piores fases de minha vida, onde eu, sempre eu comigo, era meu maior inimigo, sempre me determinava a sair do fundo do poço. Às vezes, o poço era tão profundo, escuro e sufocante, que eu pensava que a morte seria um alívio. Mas vencia, superava. Aprendi a ser um homem à procura de si mesmo, na certeza que um dia me encontraria. Compreendi o erro de depositar nas mãos de quem quer que seja a responsabilidade pela minha felicidade, pelo meu astral, os meus problemas e o encontro comigo mesmo. Não alimento culpa nem busco culpados. Em tudo existe responsabilidades, causas e acasos, imprevisibilidades e consequências.

Nesse caminhar, quanta gente boa, do bem, generosa e amorosa encontrei. Quanta gratidão. Todas, de muitas formas me ajudaram a encontrar as repostas que também estavam em mim. Todas me ensinaram que só com as minhas pernas eu poderia seguir ao meu encontro, só com meus braços e mãos eu poderia construir meu mundo, só com meus olhos eu poderia ver e só com meu coração eu poderia verdadeiramente me acolher. Longe de ficar egoísta, fiquei mais sincero e honesto comigo e com todos ao meu redor.

Hoje me sinto mais forte para ganhar e perder sem tanto sofrer. Só peço a Deus para nunca enlouquecer. Não tenho medo de morrer mas tenho ânsia de viver. Nada a adiar.

Eu, hoje, estou assim. Não enxergo doenças nos altos e baixos, nas tristezas e alegrias, nas inconstâncias do meu ser, humano que sou. Quanto andei para chegar onde estou, quanto paguei para ser quem sou, quanto penei para aprender a dizer “não e basta” sem dor. A convicção absoluta de minha ignorância e limitações me fizeram entender o tamanho do meu mundo, a finitude da minha existência e, o melhor, saber muito mais do que quero e posso, do que não quero e já não posso.

A Deus recorri e recorro nas minhas piores horas, a Ele agradeço quando bem estou. Ao Deus que existe em mim agradeço pelo que fui e vivi. Agradeço pelo que sou hoje e peço e agradeço por quem serei amanhã.

1 thought on “EU, HOJE

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *