ESMOLAS E CARIDADES
Esmolas e Caridades nem sempre são manifestações legítimas de solidariedade.
ESMOLAS E CARIDADES
Desde que o mundo é mundo e as pessoas passaram a viver em grupos, a solidariedade é tema de permanente exercício, debate, ação, reação e manipulação.
Nós, brasileiros, em especial os moradores de regiões castigadas pelos rigores da natureza, sabemos muito bem o que são os discursos de caridade travestidos das mais vergonhosas, humilhantes e canalhas formas de uso e abuso de gente, da gente.
Todos os programas sociais que geram dependência e vícios, que não apontam na direção de soluções sustentáveis e transformadoras, são formas disfarçadas de imoral manipulação eleitoral dos inocentes e desvalidos. É uso despudorado e criminoso de dinheiro público, do suor de toda sociedade contribuinte, para corromper e dominar os lados mais vulneráveis e carentes da nossa gente.
A fome não é uma questão meramente nutricional, é a mais perversa das opções dos piores governos, dos mais cruéis governantes, das políticas e dos políticos mais canalhas com poder sobre os mais fracos, usando, controlando e mantendo-os reféns. Trágico é observar que os cidadãos analfabetos políticos e manipuláveis estão em todas as classes sociais, com todos os níveis de escolaridade.
O que existe de pior nas ideologias e religiões se manifesta nos discursos e medidas, demagógicas e populistas, dos programas que mantêm a atual e eterna situação, sem erradicar a fome, a pobreza e a miséria.
Destruir os já precários sistemas públicos de educação e saúde é uma estratégia comum dos piores regimes e governos nas sociedades e nações gravemente adoecidas.
O que resta da natureza visitável no Brasil, das experiências respeitáveis, já não sustenta a minha esperança. Com realismo e sem pessimismo, observo as opções das nossas elites políticas pela destruição do que resta do país com inacreditável apoio de um terço da população e omissão dos restantes.
Um caminho seria a criação de escolas públicas em tempo integral, com três refeições ao dia, para crianças, jovens, adultos e idosos, famintos, sem teto, sem roupa, sem futuro, onde além de cuidados médicos e apoio psicológico, tivessem formação e orientação que os tornassem autossustentáveis e emancipados.
A questão é: a quem interessa libertar o povo?
Antônio Carlos Aquino de Oliveira