DESAFIO PARA QUEM TRABALHA COM COMUNICAÇÃO
“DESAFIO PARA QUEM TRABALHA COM COMUNICAÇÃO, UMA CATÁSTROFE ANUNCIADA” é um artigo publicado em 2020 no “Jornal Ei Taxi”, e no livro “Reflexões de um cidadão do mundo”, lançado pela Editora Adelante, em 2021.
DESAFIO PARA QUEM TRABALHA COM COMUNICAÇÃO, UMA CATÁSTROFE ANUNCIADA
Não é da tradição do povo brasileiro analisar e intervir nas situações a partir das causas, das razões e origens dos problemas.
A predileção do nosso povo é pela guerra de opiniões, o vício do bate-boca, o apego ao comportamento de torcida e a preguiça histórica de mudar a realidade que nos aflige e destrói, de atacar e corrigir as origens dos problemas com ações e atitudes. Fugir das causas e focar nas consequências é uma terrível marca da cultura nacional.
Sabendo que doenças dominadas e conhecidas continuam nos matando e aos nossos, por ignorância social coletiva, por negligência e irresponsabilidade governamental, como imaginar que vamos vencer essa pandemia sem centenas de milhares de mortos?
Se Dengue e Chikungunya, que são doenças conhecidas e evitáveis a partir da ação individual educada de cada cidadão associada ao trabalho sério dos Governos, não tem controle, como vamos controlar e nos salvar de uma doença viral da qual muito pouco se sabe?
Na terra em que Sarampo, Varíola, Tuberculose, Aids e outras doenças decorrentes do analfabetismo, da ignorância, da falta de educação e higiene, da falta de respeito e amor por si e pelos outros, da omissão do Estado continuam matando, como será construída uma unidade mínima para vencer o Covid-19?
A esperança, mais uma vez, virá da vacina e remédios que o mundo descobrirá, mas até lá continuaremos morrendo de indisciplina, maus hábitos e costumes.
É hora de pararmos para pensar um pouco nas causas dos problemas, estudar de onde vêm e porque as tragédias acontecem, romper o compromisso de apenas focar nas consequências.
Nossa tradição é os pais culparem os amigos pelos desvios dos filhos, os filhos responsabilizarem os pais pelas escolhas que fazem, atribuir ao passado todas as justificativas pelos erros que cometemos no presente.
É do nosso anedotário a recomendação de tirar os sofás das salas para evitar os adultérios.
Antônio Carlos Aquino de Oliveira