Chegou a Hora dos Bons Reagirem – Por Antonio Carlos Aquino de Oliveira

A imagem, a fama e a marca de cada pessoa, empresa ou setor são fundamentais para a sua credibilidade, valorização e respeitabilidade.

Como Colunista deste periódico e defensor do segmento dos taxistas, sinto-me profundamente indignado quando me deparo com um mau profissional ou tenho serviços mal prestados. É inaceitável! Pior é quando os maus profissionais fazem a fama de um lugar, de uma praça. Ai, todos perdem, e muito.

Quando fui à Argentina pela primeira vez fui alertado pela agência de viagem para os maus hábitos dos taxistas portenhos. De fato, mesmo com cuidados, fui vítima de tentativas de roubo no troco e no taxímetro. Isso é péssimo para a categoria, terrível.

Desta vez, foi em Santiago do Chile, o mesmo lamentável fato. Um mau profissional, desonesto e inescrupuloso, aproveitando-se da nossa condição de turistas, desviou nossa atenção e não percebemos que o taxímetro adulterado nos cobrou R$ 400,00 em uma corrida de R$ 40,00. Como tínhamos que fazer a conversão das moedas – real/peso chileno -, só nos demos conta do imoral golpe e roubo quando já havíamos saído do veículo. Não deu tempo de fotografar a placa e preferimos não dar queixa (um erro) pelo pouco tempo que teríamos na cidade. Dos mais de dez táxis que pegamos em Santiago do Chile, um nos roubou e outro tentou, ou seja, a minoria, mas qual foi a impressão que ficou?

Não me lembro de uma época em que tantos de nós reclamássemos tanto de todos como nesse momento crítico da nossa sociedade, de acirradas intolerâncias e radicalismos, sempre transferindo aos outros as responsabilidades pelos acontecimentos em nossas vidas ou abrigando-se no conforto da omissão. É preciso agir e reagir aos maus, estejam onde estiverem, sejam quem forem.

Nossas mães nos diziam e ensinavam: “Quem com porcos se mistura, farelos come”; “Diz-me com que andas que te direi quem és”. Sábias. Alguns de nós aprendemos e quem aprendeu, pratica. Não dá mais para permitirmos que a maldade, os desvios, a falta de profissionalismo e o desrespeito prevaleçam. É preciso reagir e até banir os maus prestadores de serviço dos mercados, pois eles nos puxam para trás, eles nos desmoralizam, eles nos agridem e ofendem, eles comprometem a nossa imagem e o nosso ganha-pão. É preciso enfrentar o corporativismo do mal nas categorias, nas entidades, na institucionalidade e na política. Precisamos ser intolerantes com os erros cujas consequências nos infelicitam, nos prejudicam, sugam nosso suor e trabalho, nos dão prejuízo. É preciso combater os desonestos.

Quero usar o adágio popular acima para abordar, sem subterfúgios, esse assunto extremamente delicado, grave e sério: a desmoralização que as categorias / classes profissionais sofrem com as ações dos maus profissionais do setor. Vale para todos!

Todas as classes têm seus maus, seus razoáveis, seus bons e seus excelentes profissionais, mas todas elas têm a responsabilidade de lutar pela imagem das categorias do seu setor e segmento. Todas as classes merecem respeito, mas respeito tem quem se respeita, que se dá o respeito. O mau prestador de serviço suja a todos que trabalham no mesmo ramo, da mesma forma que os bons elevam o padrão, o nível da categoria. Não se pode e não se deve permitir que os maus profissionais deformem a imagem de um setor, criem a “fama” ruim como se diz por aqui. Não se deve deixar que as entidades sejam dominadas e contaminadas pelos maus líderes, pelos desonestos e pelos que não contribuem para melhor formação, imagem e marca do setor.

Não bastam Códigos de Ética e Conduta, não bastam Conselhos e Assembleias, é preciso ação e reação, é preciso enfrentar os que atentam contra nossa profissão como se ofensa pessoal fosse, e é. Tal postura, se repetida nos condomínios, nos bairros, cidades e estados, mudará o Brasil, pois forma cidadãos atuantes, cria consciência política, ação cidadã.

Nunca ouvi, em lugar nenhum, qualquer coisa que desabonasse a categoria dos Taxistas baianos, e isso me orgulha, razão pela qual faço do artigo deste mês um aviso, um alerta e um agradecimento aos bons profissionais da minha praça.

Quando escrevi, para esse mesmo Jornal, o artigo “Salvem-se, Motociclistas”, lembro-me do comentário do meu amigo e leitor tricolor Zé do Táxi: “Professor, da mesma forma que você chamou os cabras que erram com as motos de motoqueiro, na minha classe os que pisam na bola é taxeiro”. – Educar e combater o mal é missão de todos com todos.

 

 

 

 

Antonio Carlos Aquino de Oliveira

Administrador, Empresário

3 thoughts on “Chegou a Hora dos Bons Reagirem – Por Antonio Carlos Aquino de Oliveira

  1. Gostei do seu comentário. Seguro nas críticas elogiando qdo se faz necessário, lamentávelmente maus prestadores maus profissionais sempre existiram. Mas, qdo deparamos com esses elementos eu diria que Pimenta nos olhos da gente arde

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