APEGOS E DESAPEGOS NAS BREVES PASSAGENS
“Apegos e Desapegos nas breves passagens” é um artigo publicado no “Jornal Ei, Táxi”, em 2020, e no livro “Reflexões de um cidadão do mundo”, lançado pela Editora Adelante, em 2021
APEGOS E DESAPEGOS NAS BREVES PASSAGENS
Choques, chocados, chocantes. Quantos se foram, quantos estão indo, passando?
A vida banalizou a morte onde o primitivo insiste em tentar prevalecer sobre o civilizado, a ignorância rivaliza com a ciência com ousadia e hegemonia obtida pela adesão da estupidez massiva.
A vida para muitos perdeu valor, ficou sem noção, sem razão, sem sentido.
Para uma camisa nova que entra deve haver uma camisa velha que sai e que vai servir a alguém como já nos serviu.
Um sapato novo no pé deve ocupar o lugar de um sapato velho que vai para o pé de outro alguém que precisa.
Brinquedos e livros devem formar correntes compartilhadas das infâncias sadias, passando de mão em mão, seguindo, sem guardas e apegos.
Ontem passou e deixou histórias, fatos vividos ou não, passados. Hoje é agora, e o amanhã pode ser o imaginado ou não, o previsível ou o surpreendente.
A ignorância, o analfabetismo e a má educação submetem os incautos à força das mídias, das modas, das redes, das massas e seus mecânicos movimentos, homogeneízam e pasteurizam pessoas em senso comum, cópias sem marcas, em tropas e matilhas, disseminam mais a estupidez que o saber, imbecilizam mais que civilizam, agridem e violentam. As opiniões deixam de ser livres exercícios de liberdade e pensar para ser posse e domínio de poucos sobre muitos.
O indivíduo se perdeu e virou multidão, virou mais um, igual, comum, onde o privado está público, o público está desmoralizado, privatizado, patrimonializado pelas apropriações indébitas.
Os soltos estão presos e os presos agem como se soltos estivessem. Tudo invertido. Quem não se respeita a quem vai respeitar? Quem não se ama a quem vai amar? Desespero, tragédia e caos. No jogo de inversão total de valores, mente, caráter e emoções passaram a ter simplesmente preço.
Pessoas se acham donas das pessoas e gente se submete servil a outras gentes e nessa doentia lógica se matam, morrem, adoecem e padecem.
Homens irracionais perdem a liberdade por ganância, por dinheiro, por poder, pelo efêmero e passageiro, por abdicação de condição humana de ser.
Homens sem valores se apegam, pegam, seguram tudo que lhes falta na busca de preencher o irremediável vazio, o inferno quente que lhes devora as entranhas da alma só saciada com maldade, mentira e roubo.
Homens sem alma não compartilham saber, conhecer, ser, ostentam ter, poder, acumular.
No sentido da vida e seu questionável destino, em tudo, cada escolha, e as escolhas decidem os destinos de cada um.
Que haja racionalidade e humanidade nas escolhas de cada um que faz um todo, posto que cada é, de muitas formas, uma parte, um pedaço de todos. Por mais que sejamos um eu, inevitavelmente, por divino desafio, somos nós interdependentes, conjunto, comuna e social.
Salve-se, salve-me, salvemo-nos.
Antônio Carlos Aquino de Oliveira
Administrador, Consultor, Palestrante e Empresário do setor de publicidade
É assustador perceber que a realidade é exatamente como você colocou no texto acima, sem tirar nem pôr!
Os valores estão perdidos, invertidos e o pior é que a maioria das pessoas estão se acomodando, aceitando como normal toda essa incoerência, essa estupidez!
Precisamos ser coerentes e responsáveis com nossas escolhas!
Que Deus nos ajude e nos ajudemos mutuamente!