morador de rua

A guerra civil cresce sorrateira, imperceptível aos cegos e insensíveis – Por Antônio Carlos Aquino de Oliveira

Vários amigos e parentes já tinham me falado do assédio de crianças e adultos dentro de supermercados e shoppings, do assustador crescimento de pessoas nas sinaleiras, do comércio informal e ilegal.

Ontem, no Bom Preço da Barra aconteceu comigo. Um cara, adulto, agressivo e autoritário, queria que eu pagasse para ele um produto que ele tinha escolhido. Percebi que o segurança assistia a constrangedora situação de longe e inerte. Em tempo de distanciamento e máscaras a situação fica ainda mais perturbadora.

No limite da chatice e da aporrinhação, dei um basta na situação. Não é aceitável que cidadãos cumpridores dos seus deveres tenham que sentir o gosto amargo da culpa pela catastrófica situação econômica e social do país. É uma situação doentia.

Já saindo, ouvi gritos ofensivos e de baixo calão do “pedinte” e do segurança. Não importava a eles as mulheres e crianças no local e no entorno, os palavrões continuavam.

Em silêncio, sorrateira e traiçoeira, essa guerra civil, banalizada na periferia, está em todos os lugares.

As consequências, pagamos e pagaremos todos; as causas, a poucos interessa discutir e muito menos trabalhar. Ainda há quem tenha seus políticos de estimação e suas ideologias de conveniências. Onde nem mesmo a educação é solução, há sim motivos de sobra para preocupação.

Enquanto política e o discurso social servirem como instrumento de dominação, manipulação e uso das maiorias pelas minorias, das religiões e ideologias, dos fortes contra os fracos, essa realidade triste e cruel, cada vez mais aguda e grave se prepetuará, se agravará.

Antônio Carlos Aquino de Oliveira, Colunista, Falando Sério

 

 

 

 

Antônio Carlos Aquino de Oliveira

Administrador, Consultor, Palestrante e Empresário do setor de publicidade

1 thought on “A guerra civil cresce sorrateira, imperceptível aos cegos e insensíveis – Por Antônio Carlos Aquino de Oliveira

  1. A conduta das empresas, quanto a tais questões, merece discussões em órgãos apolíticos, como Associação Comercial, Federação do Comércio, Sindicatos patronais e de trabalhadores- esses tão vítimas da insegurança quanto todos – e demais órgãos colegiados.
    Lembro-me de haver participado de algumas reuniões de movimentos como “A cidade é nossa”, entre outros com alguma mobilização popular, há cerca de 15 ou mais anos.
    A indiferença da academia e seus “cientistas sociais” à realidade apresentada, assusta mais que o comportamento observado, creio.
    Parabéns ao Aquino pela abordagem no episódio e neste relato.
    Abs

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