A GREVE QUE PRECISAMOS
Existem muitas lições a serem tiradas das greves dos caminhoneiros para não cometermos os mesmos erros de muitas das greves realizadas: nada de concreto mudar. Toda Greve tem seu custo e todo custo precisa ter um benefício correspondente.
Dentre os significados do termo “Greve”, o mais usual é a “cessação voluntária e coletiva do trabalho, decidida por assalariados para obtenção de benefícios materiais e/ou sociais, ou para garantir as conquistas adquiridas e ameaçadas de supressão. Cessação temporária e coletiva de quaisquer atividades, remuneradas ou não, em protesto contra determinado ato ou situação”.
A situação é gravíssima e as mudanças não virão por mágica, sem grandes sacrifícios. Urgem mudanças sérias, profundas, estruturais e estruturantes, até mesmo radicais, algumas de curto, outras de médio e muitas de longo prazo. Mas é preciso começar, e tudo está parado.
Em muitos países, a greve é considerada um direito social e trabalhista. No Brasil, o direito à greve é atualmente assegurado pela Constituição Federal de 1988, que em seu artigo Art. 9º, diz: É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
O § 1º diz que “A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”, mas é uma questão mal resolvida. Além de tudo, o § 2º afirma que “Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei”, o que nem sempre acontece.
Estado de greve é um alerta, um aviso para uma possível paralisação, mas as greves podem ser realizadas de várias formas e ter durações distintas, conforme os objetivos, como greve geral, branca (braços cruzados), operação tartaruga, operação padrão, de ocupação, de aumento de eficiência, de advertência, intermitentes, seletivas, de solidariedade, prestação de serviços, manifestações, protestos e também greves políticas.
O Brasil precisa de uma séria, profunda e longa Greve, essencialmente política, cidadã, coletiva e individual, social e pessoal. É preciso, urgentemente, que cada brasileiro cesse de votar em pessoas inidôneas e incapazes.
É preciso que haja uma cessação dos maus hábitos e maus costumes, que a violência entre em greve geral e definitiva, pare, acabe. É preciso que todos nós façamos o pacto do trabalho, do estudo, da educação, da civilidade.
Devemos parar definitivamente com a omissão e entender de vez que dinheiro público tem dono — o povo — e merece respeito. Devemos fazer uma greve geral de tolerância com os corruptos, corruptores e todos os que deixam de cumprir corretamente suas funções públicas.
Se greve é parar, vamos parar com o desrespeito às cidades, às instituições e às pessoas. Cada um nesse país tem um papel e seu papel é essencial, necessário, indispensável, por isso precisamos cumpri-lo com zelo, com competência, com seriedade.
Que entre em greve definitiva a ignorância, a malandragem, a esperteza canalha, a malandragem cínica.
Não é nada fácil a situação atual do Brasil, como também não será fácil torná-lo um país civilizado, sério e desenvolvido.
Por isso precisamos fazer a greve necessária: parar com as más condutas e atitudes nocivas, dentre elas a permissividade diante do desrespeito às leis e dos privilégios dentro das leis. Precisamos parar de achar que mudanças virão sem esforço e sacrifício, sem muito estudo e trabalho. Precisamos parar de não dar atenção prioritária às crianças e aos jovens, de ser permissivos e lenientes com eles, de não lhes cobrar deveres e conduta, de não lhes dar limites e valores.
Os incompetentes e irresponsáveis precisam entrar em greve definitiva, e nós, os cidadãos de bem honestos e trabalhadores, eleitores e contribuintes, vamos dizer a eles qual é A Greve que Precisamos.
Greve é Direito, Respeito é Dever. Direito tem quem direito anda.