A DOR DE PERDER, ERRAR E NÃO APRENDER
A DOR DE PERDER, A DOR DE ERRAR, A DOR DE NÃO APRENDER
A DOR DE PERDER, ERRAR E NÃO APRENDER
Nasci no interior, me criei no campo e no litoral. Minha escola principal foi a natureza, os homens e as mulheres que a conheciam e respeitavam.
Desde sempre aprendi que não se deve desafiar o clima, o relevo, a topografia. Não me lembro de grandes perdas na minha família decorrentes dos humores da natureza, mas jamais esqueci os cuidados nas épocas de chuvas, de cheias, de trovoadas, de sol inclemente. Harmonia e obediência era a lei.
Fui crescendo e vendo que aquilo que todos nós sabíamos era negado por muitos. Todos os anos, nas chuvas e cheias, muitos perdiam muito e quando as chuvas passavam eles voltavam para seus erros e atentados. Tudo se repetia e se repete, entra ano e sai ano, tudo se perde, tudo que é material se refaz, o mental e emocional não sei o que acontece. Parece que a nenhum daqueles perdedores interessa aprender.
O meu Rio Almada foi assassinado, mas a cada cheia ele tenta mostrar o que é a natureza, mas, a teimosia, filha da ignorância, não deixa que aprendam.
O que era ruim, piorou. O clima, cansado de tantas agressões e violência, se retou. Está cada vez mais bravo, revoltado, um jeito esgotado de pedir respeito, de demonstrar intolerância e impaciência: “Quem percam, que morram, que se explodam!!!”
Ando pelo Brasil e pelo mundo, vendo as barbaridades dessa gente, em silêncio triste de ver a estupidez humana, o mais predador e obtuso dos animais.
Meus Deus!!! – Quanto horror perante os Céus!!!!
Mas o que é mais horrível, o clima inclemente ou os teimosos dementes?
Estou indo nesse setembro de 2023 ao Sul do Brasil em uma viagem há tempos planejada. Não sei se vou cumprir meus planos de duas semanas de viagem. Não gostaria de ver o que imagino que vá ver ou vejo nos jornais e na tv.
Meu coração humano e solidário sofre com a dor e as perdas dos irmãos e irmãs da mesma raça, a tristeza é inevitável e as vezes até as lágrimas são incontidas.
A Natureza tem os seus caminhos e não admite que fiquem nele além do permitido. Os atrevidos sempre perdem. Suas regras e leis não são negociáveis. Qual a dúvida?
A Cultura do Predador é a mesma cultura da estupidez do Perdedor!
Animais, plantações, anos de trabalho e economias, histórias de dedicação, determinação, disciplina, esforço.
Quantas perdas!!!
Quanta dor!!!
Tudo perdido!!!
Como??
Por que!!!!?? Porque, por que, porquê?
A Dor de Perder, a Dor de Errar, a Dor de não Aprender deve ser maior, cheia de mágoas e angústias de erros cometidos, de irresponsabilidades não assumidas, de escolhas mal feitas.
Nisso tudo irmanam-se os poderes públicos falidos, os sabidos – bobos, a inexistência de inteligência e sensatez nos investimentos, as precárias instituições dos Estados decadentes de tudo.
Minha solidariedade aos que perderam é cheia de desejos de reflexões e melhores decisões, de erros corrigidos e lições aprendidas.