FLIGÊ – UMA EXPERIÊNCIA NOVA – II

FLIGÊ – UMA EXPERIÊNCIA NOVA – PARTE 2

FLIGÊ – UMA EXPERIÊNCIA NOVA – II

De quando aprendi a ler e escrever até as experiências da Bienal de Salvador, das relações com gráficas, editoras e livrarias, até a Fligê 2024, foram muitas as lições, muitos aprendizados.

A vida me ensinou a não superestimar minhas realizações e isso tem me evitado muitas frustrações. Não carrego nenhuma expectativa no mundo da literatura na condição de autor.

As Feiras, os Festivais, as Exposições e Congressos no Brasil têm o imenso desafio de conciliar o conteúdo com a viabilidade econômica e financeira das suas realizações. Assim, o quantitativo geralmente tem prevalência sobre o qualitativo, o volume tem prioridade sobre o conteúdo.

Os produtores têm os desafios de realizar, pagar, ganhar. O nome “produção” por si só já carrega todo o desafio de equilíbrar o importante com o necessário.

Ao perceber o meu desconforto com dispersão das energias, dos desperdícios dos esforços nesses eventos, um amigo escritor comentou: “uns vêm pelo evento em si; outros para passar, comer e beber; outras e outros para pegar e serem pegos. O que faz uma Feira melhor ou pior é o percentual de cada grupo presente”.

Ele é veterano em Feiras Literárias e sabe do que está falando.

O Brasil não é um país de leitores. O analfabetismo funcional não parece preocupar os indivíduos, as famílias, a sociedade e os governos. Participar desses eventos consolida essa catastrófica constatação.

Mas há esperança.

Em um animado bate papo, um amigo lembrou os tempos em que bebíamos os piores vinhos, da época em que não tínhamos a cultura de beber vinho e que o consumo per capta era mínimo. Hoje o vinho no Brasil é o que é.

Talvez um dia no Brasil os livros tenham a importância das bebidas, das comidas, das festas e das pregações.

 

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