VILA DO VENTURA

UMA VISITA À VILA DO VENTURA

VILA DO VENTURA

Na companhia do meu amigo Francisco Aldeci e da sua esposa, voltei à Vila do Ventura, em Morro de Chapéu, onde fomos recepcionados pelo inacreditável Sr. Flamarion Modesto dos Reis, sua filha e sua neta Iana.

Aos 91 anos Flamarion nos brindou com horas de conversas e aulas de história, vida, saúde, educação, cultura e trabalho. Ele é pedreiro, radiotécnico, mecânico, torneiro – mecânico, empresário dono de oficina e, a meu ver, não se sairia mal como  guia turístico, palestrante e mestre.

Vila do Ventura é um histórico povoado da época áurea do garimpo na Chapada Diamantina, na cidade de Morro do Chapéu. Patrimônio tombado pelo IPAC – Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, em janeiro de 2005.

Igreja da Nossa Senhora da Conceição da Vila do Ventura

A Vila iniciou sua história nos anos de 1840, formada por garimpeiros que descobriram diamante e carbonato no local. Os diamantes achados no garimpo eram vendidos na cidade de Lençóis. As primeiras vendas foram feitas por um garimpeiro chamado Ventura dando origem ao nome da Vila.

Entre os anos de 1840 e 1864, a partir da descoberta de diamantes, a Vila cresceu atraindo garimpeiros de várias parte do país, que construíram casas, comércios e locais de entretenimento e serviços. Com o início da Guerra do Paraguai, muitos homens foram recrutados e a Vila entrou em processo de decadência, situação revertida com o término da guerra, quando a Vila voltou a crescer e foi elevada à categoria de distrito em 27 de agosto de 1906, sob a Lei Estadual n.º 680.

No final dos anos de 1920 a Vila entrou novamente em decadência com a diminuição da venda de carbonato para a Europa, maior responsável pela renda da vila. E no início dos anos de 1930, o declínio se acentuou com a escassez de diamante e com a crise na bolsa de valores.

No censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 1914, a Vila possuía, aproximadamente, três mil, cento e dezesseis habitantes, e no censo do ano de 2000, a vila possuía quinze habitantes. Atualmente fala-se que, de forma permanente, a Vila tem apenas seis habitantes.

A Vila tem o formato urbano de um “T”, duas ruas. No ponto mais alto da Vila está a Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Ventura.

Na época áurea foram construídas a Praça do Comércio, duas escolas, uma estadual e uma municipal, uma agência de correios, um teatro e um cemitério.

A Estrada Real passava pela vila, fazendo a conexão com várias áreas de exploração de diamantes.

Entre as edificações remanescentes, encontram-se casas com arquitetura simples e outras de arquitetura mais trabalhadas em estilo eclético, com platibandas decoradas.

As plantas baixas da maioria das residências se resumiam ao corredor central que interligava a sala de estar, localizada na direita do imóvel, com os fundos do imóvel, onde se localizava a sala de jantar juntamente com a cozinha. Os quartos ficavam entre a sala de estar e a sala de jantar.

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1 thought on “VILA DO VENTURA

  1. Amoo essas histórias e registros. O convívio com essas pessoas sábias. A simplicidade alegra meu coração. Obrigada por compartilhar tantos detalhes.

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