EXPEDIÇÃO AO MONTE ACONCAGUA – CAPÍTULO V
EXPEDIÇÃO AO MONTE ACONCAGUA – CAPÍTULO V
O amanhecer na Cordilheira dos Andes a caminho do Parque Nacional do Aconcágua.
Saímos do Hotel às 6h30 e às 10h30 já estávamos na Portaria do Parque validando nossos visitos de acesso às trilhas do Aconcágua, após passar pela base da nossa operadora e nos encontrarmos com o nosso Guia Yamil, um nativo tranquilo e seguro.
A infraestrutura da INKA, em parceria com a Free Way, é excelente para esse tipo de Expedição. Vale quanto custa. Barraca Cozinha, banheiro com água quente e fria, wi-fi, pensão completa. Não me lembro da última vez que dormi em barraca, mas Eu e Orlando – que surpreende pela praticidade, vigor físico, determinação e simplicidade – vamos dormir duas noites em uma barraca de dois lugares, onde sair e entrar equivale a uma aula de Pilates. A noite a temperatura é negativa, por isso alugamos colchões de dormir e casacos de pena de ganso.
Não há sombra para descanso, pois não há árvores. O que é possível aproveitar é a sombra das pedras maiores, de acordo com a posição do sol.
Diferente do Caminho de Santiago, onde nos movemos por questões religiosas, cristãs, à procura de respostas para questionamentos inquietantes, por endorfina e adrenalina, como meio de insights, esse Caminho dá a sensação de nos levar a Deus. Os cenários inacreditáveis, a grandiosidade das Montanhas, o clima, o ar rarefeito nos provoca uma indescritível sensação de humildade.
Chegar em Confluência, a 3.400 m de altitude, com as condições desequilibradas de respiração que imprimi, foi um misto de alegria, vitória, conquista e superação.
Aqui a Energia Solar fez toda a diferença.
Da entrada do Parque até o Campo de Confluência gastamos três horas e quarenta minutos para percorrer 10 km, passando pela Lagoa e pelo Rio Horcones. Trekking de Altitude nada tem a ver com maratonas, meias maratonas, caminhadas e tudo que já fiz. Até 3.400 m, o ar já é rarefeito, o sol e o clima seco nos desidratam em uma velocidade estonteante. Nada se compara a nada de tudo que já fiz pelos caminhos que percorri.
A 3.400 m, estamos em aclimatação para amanhã termos condições de ir e voltar da Plaza Franzia. Tudo que li e estudei, que assisti de filmes, documentários e depoimentos não traduzem o que é estar aqui. A fisiologia do corpo, os riscos reais que não se mostram em nenhuma teoria.
Nessa passagem toda uma equipe escapou de uma avalanche, graças a competência do Guia.
Caminhos por leitos de rios de degelo.
Como fizemos na última trilha do Patí, contratamos o trabalho dos Tropeiros e Mulas para o transporte de nossas coisas mais pesadas e maiores.
Olho no objetivo, firmeza de vontade e coragem para suportar, no corpo, as dificuldades da caminhada. Aliás, se bem pensado, aceitar o desafio de um programa na, e com, Natureza, é algo como o viver, a começar pelos sonhos juvenis, passando pelas dores e desilusões até chegar a estabilidade, profissional e emocional.
É, meus caros, qualquer que seja o resultado, vocês já são dignos de admiração e respeito. Afinal, na faixa etária em que estão, sem antecedentes nesse tipo de empreitada, vocês são dignos de respeito e admiração. Em frente!