FANTASMAS
NOSSOS FANTASMAS
Ontem assisti um documentário sobre alegria, superação, resiliência, ressurreição, vida… com Dalai Lama e Desmond Tutu. Acordei hoje com essa reflexão martelando minha cabeça: “nossos fantasmas”. Coloquei no papel sem me preocupar com correções.
Às 6:59 mandei para um velho amigo, músico, arranjador, maestro: Amadeu Alves
Às 7:17 ele me enviou de volta este presente.
Violão: Amadeu Alves
Voz: Geane Guimarães
Texto: Antônio Carlos Aquino de Oliveira
FANTASMAS
Fantasmas existem, assombram, metem medo, assustam e inquietam.
Fantasmas são situações não resolvidas, mentiras ditas e verdades negadas. São lições não aprendidas, vida não vivida, oportunidades desperdiçadas.
Fantasma é escolher o escuro breu quando o caminho certo é o da luz. É optar pelo atalho quando o caminho mais longo era o destino. É estar só na multidão, é não ter e viver na ilusão que tem. É o medo de pensar, fugir dos pensamentos doloridos e dolorosos.
Fantasmas são “nãos” ditos quando “sim” era a resposta certa. São “sins” permissivos quando “não” era a verdadeira expressão do sentir.
Fantasma é o distanciamento do Ser, é a desconexão, o ter sem merecer. É fingir ser quem não se é e negar quem sempre foi.
Fantasmas não são mortos que voltam, são sentimentos insepultos e emoções que se busca sepultar. São casos mal resolvidos, perdões negados.
Fantasmas são construções reais de atos, atitudes e escolhas, são desconexões temporais de negação da vida hoje para viver o imaginário do amanhã ou o irreversível do ontem.
Fantasmas não passeiam por aí, moram em cada um que escolhe tê-los. Os Fantasmas de um não são os Fantasmas de outros, cada um escolhe tê-los em si, ou deixá-los descansar em paz.
Antônio Carlos Aquino de Oliveira