Enfim juntos, até que a morte nos separe! – Por Antônio Carlos Aquino de Oliveira
Na inconsolável dor de um amigo que perdeu o pai no domingo e o irmão na segunda-feira, vítimas desse inominável vírus sem critérios, concluí que já não importa.
Não importa mais se você é rico ou pobre, preto ou branco, homo ou hetero, honesto ou corrupto. Já não importa se você é direita ou esquerda, urbano ou rural, ignorante ou intelectual. Para o vírus, nada disso importa.
Já não interessa se você tomou remédios que acha preventivos ou se seguiu os protocolos, se você é católico ou evangélico, se é classe média ou sem classe. Você já perdeu, vai perder e continuará perdendo alguma ou muita coisa, talvez tudo, até a própria vida. Isso importa.
É problema seu e meu se você quebra as regras e contamina a si ou a alguém, se você não se preocupa em morrer ou matar, se você grita e não conversa, se você se apropriou da verdade e se tornou mais um estúpido autoritário, um farsante ditador. É problema nosso, seu e meu, se você prefere as trevas da ignorância em detrimento dos conhecimentos do mundo científico.
É problema seu e meu o emprego e a renda, o salário, os negócios, a sobrevivência das empresas e dos trabalhadores. Mas, não sei se você sabe que, sem vida e saúde, nada disso existe e importa. A saída é o equilíbrio.
Não interessa se você é negacionista aluado ou realista sensato, se você é contra ou a favor dos seus governos, se você espalha mentira ou zela pela verdade; você pode morrer como qualquer outro.
De que serve sua opinião radical e de mau gosto se você está em estado de entubação e sedação; seu perfume francês, se você não tem olfato; seus dotes gourmet, se não tem mais paladar.
É a natureza. Não é prêmio ou castigo. É resultado, colheita.
Eu lhe desejo vida, saúde plena, serenidade e silêncio para pensar com empatia, compaixão e respeito. Eu lhe desejo consciência e juízo, amor e solidariedade, o bem. Desejo aprendizado com tamanha dor.
Hoje e agora, já não importa quem é você e quem sou eu, o que você pensa e faz ou o que eu faço e penso. Cada um, do seu jeito e modo, luta, em primeira ou última instância, pela vida, pela sobrevivência.
Não sei que remédios você toma, mas eu quero vacina. As vacinas já me livraram de muitos males, menos dos males da ignorância e violência de alguns.
Deus lhe abençoe e a mim, nos ampare e guarde e nos proteja e livre do mal.
Antônio Carlos Aquino de Oliveira
Administrador, Consultor, Palestrante e Empresário do setor de publicidade
Amém! Seu pensar endossa meu pensar, obrigada por expressar com tanta lucidez!